Grupo de 'chipmusic' apresenta no SESC Campinas
- Viviane Celente
- 17 de abr. de 2015
- 3 min de leitura
Primeiro selo e coletivo do Brasil especializado em chipmusic, o grupo Chippanze se apresentou nesta terça-feira (14), às 20h, no SESC Campinas. Mas o que seria “chipmusic”? Também conhecido como chiptune ou música em 8-bit, é um gênero de música eletrônica sintetizada produzida por chips de som de antigos computadores, consoles de videogame e máquinas de árcade, e também através da emulação. Diferente de muita coisa que eu já vimos por aí!
Talvez você já tenha ouvido nesse estilo musical, talvez não. Esse estilo no entanto, não é nada novo, surgiu na década de 1980 quando os computadores pessoais ficaram mais acessíveis, tornando-os uma alternativa aos músicos que não dispunham de verba ou acesso a estúdios. Isso fez com que se proliferasse o número de computadores pessoais desatualizados e consoles de jogos que haviam sido abandonados pelos consumidores quando estes atualizavam suas máquinas. Sabe, quando você vê que precisa trocar a sua máquina? De relativo fácil acesso, esses equipamentos tornam o método de fazer som no estilo chipmusic bastante barato.
Predominantemente underground, desconhecido pela maioria das pessoas, o gênero teve certa popularidade nos anos 90 e especialmente no começo do século, através de selos como o 8bitpeoples e festivais como o Blip Festival New York. Foi nesse momento que um dos integrantes do grupo, André ZP, o Pulselooper – nome artistico que ele usa em suas produções –, começou a se interessar por música sequenciada. Além de ter se apresentado em várias cidades e estados brasileiros, o músico do interior de São Paulo, já apresentou em Berlim e Colônia, na Alemanha, em um dos festivais mais importantes de chipmusic do mundo, o Blip Festival, em Nova York.
Formado por mais três membros, o Chippanze – em referência ao gênero ‘chipmusic’ –, existe desde 2009, quando os quatro integrantes, que se conheceram através da Internet, decidiram fazer um selo para divulgar seus trabalhos de forma mais eficaz. Muito influenciado por movimentos de selos no exterior, como Estados Unidos e Europa, como o 8bitpeoples e o datathrash, o propósito do grupo é fazer som usando equipamentos e hardware antigos, como Game Boy, Nintendo, Mega Drive e coisas que emulassem esse tipo de som.
Os quarto integrantes, hoje amigos, possuem, além da cidade natal, formação acadêmica distintas. André ZP é de José Bonifácio, em São Paulo, e é formado em audio visual. Eduardo Melo, o Droid-On, um dos músicos, estando desde os 15 anos no ramo, é de Brasília e formado em psicologia, começando em 2008 a produzir sozinho música eletrônica. Filipe Rizzo, o Subway Sonicbeat, também é músico, começando pelo rock, é de São Paulo, mas vive em Belo Horizonte, e é formado em jornalismo. Também de São Paulo, Rafael Nascimento, o VJ Escaphandro, é o artista visual do grupo, responsável pelas intervenções de imagens nas apresentações e identidade grupo, a partir da linguagem dos videogames.
O selo coletivo já tocou em diversos lugares além de unidades do SESC, como em casas de show, eventos de video games, hayve, espaços abertos para tocar música experimental eletrônica. O público deles, segundo o próprio grupo, varia de conhecidos a amigos próximos, mas tentam expandir e tocam para quem quiser ouvir o som que eles produzem, chegando a tocar até mesmo no dia de visita de um hospital psiquiatrico em Brasília.
E então, leitor, o que você acha desse gênero musical? Ficou curioso? Já conhecia? Comente e nos diga a sua impressão! Com certeza esse grupo enriquece nossa cultura musical campineira!
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